• Palestrante: Dr. Jefferson Rodrigues de Souza (Química Analítica – UFES);
  • 22 de maio de 2019 às 16h;
  • Sala: L772

 

Resumo:

Outrora, a determinação da concentração total de um dado elemento em uma amostra parecia ser suficiente para as considerações de ordem clínica ou ambiental. Embora essa informação ainda seja de extrema relevância, tal conhecimento não traz consigo informações sobre o impacto ambiental, biodisponibilidade, metabolismo, toxicidade, persistência, entre outras, uma vez que os efeitos desses elementos, tóxicos ou essenciais, no meio ambiente e nos organismos vivos dependem, não somente de sua concentração, mas também das formas químicas em que o elemento está presente. Surge então a necessidade de estudos de especiação, isto é, o estudo das diferentes espécies químicas presentes em uma amostra.

A especiação elementar geralmente requer o acoplamento de duas técnicas analíticas: uma técnica com grande poder de separação das diferentes formas químicas dos elementos de interesse e uma técnica de detecção, sensível e seletiva. Dessa forma, o acoplamento entre a cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) ao espectrômetro de massas com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS) tem sido usado com excelente desempenho analítico para estudos de especiação. A qualidade dos resultados em análise de especiação é de grande relevância, visto que as técnicas híbridas e as metodologias empregadas ainda representam um desafio em química analítica. Uma das principais vantagens da utilização da espectrometria de massas para análises de especiação é a possibilidade do emprego de isótopos estáveis na etapa de quantificação das espécies de interesse, o que é extremamente interessante principalmente por possibilitar a utilização da diluição isotópica, um método primário, em suas diversas modalidades, como técnica de quantificação.

A utilização da técnica HPLC-ICP-MS para análises de especiação abriu novos horizontes para a química analítica tais como o estudo de sistemas biológicos, um maior entendimento sobre aspectos toxicológicos, interação entre metais potencialmente tóxicos e o meio ambiente, nutrição, entre outros. Por fim, estudos de especiação química se encontram na fronteira da ciência configurando-se como uma poderosa ferramenta analítica para a solução de problemas concretos de interesse da sociedade.

 

Palavras-chave: Especiação, isótopos estáveis, HPLC-ICP-MS

Sobre o palestrante:

Doutor formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro tendo como área de concentração Química Analítica. Possui graduação em Química Industrial pela Universidade Severino Sombra (2008) e formação técnica em química pelo Colégio Municipal Presidente Castelo Branco (2002). Possui experiencia em indústrias do setor papeleiro, mais especificamente em máquinas do tipo fourdrenier na produção de papéis especiais e off-set principalmente. Atuou por aproximadamente dois anos como técnico em química na American Beverage Company (AmBev) como responsável pelo laboratório de Packaging no departamento de Qualidade Assegurada. Atuou como pesquisador no INMETRO por aproximadamente 5 anos no desenvolvimento de materiais de referência certificados e desenvolvimento de métodos analíticos empregando técnicas espectrométricas como ICP-MS, ICP OES e AAS bem como técnicas cromatográficas incluindo o acoplamento HPLC-ICP-MS para análises de especiação.

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